Muitas pessoas acreditam que a água extraída de fontes naturais é sempre pura e pronta para o consumo humano. Mas será que isso é verdade? A realidade pode surpreender você.
No Brasil, essa fonte é classificada como “água bruta” pela legislação. Isso significa que ela pode conter substâncias como ferro, manganês e nitrato, que afetam sua saúde se consumidas sem tratamento.
Dados da CETESB mostram que a qualidade varia muito entre regiões. Por isso, é essencial fazer análises periódicas. Quer saber como garantir a segurança da sua família? Continue lendo para descobrir soluções práticas.
O que é água de poço artesiano e como ela é obtida?
Você já se perguntou como funciona um poço artesiano? Diferente dos poços comuns, esse tipo de captação utiliza pressão natural para trazer o recurso à superfície. A técnica existe desde o século XII, quando foi desenvolvida na região francesa de Artois – daí o nome.
Definição e diferença entre poço artesiano e poço comum
Enquanto poços tradicionais precisam de bombas para extrair o recurso, os artesianos funcionam por pressão hidrostática. Eles atingem camadas profundas (entre 100 e 2000 metros), onde a água fica confinada entre rochas impermeáveis.
- Poço comum (caipira): Profundidade rasa (até 20m), requer bombeamento.
- Poço artesiano: Acesso a aquíferos profundos, jorra naturalmente.
Processo de captação e características naturais
A perfuração segue normas rigorosas, como a ABNT NBR 12.212. O diâmetro reduzido (até 36 polegadas) permite alcançar reservatórios subterrâneos sem contaminar o sistema.
Durante o trajeto, a água é filtrada por rochas, ganhando minerais como:
- Cálcio
- Magnésio
- Fluoreto
No Brasil, a outorga do DAEE ou CETESB é obrigatória para perfuração. Isso garante que o recurso seja explorado de forma sustentável.
Água de poço artesiano é potável? Fatores que determinam a qualidade
Nem toda fonte subterrânea pode ser consumida sem cuidados. A potabilidade depende de diversos fatores, desde a composição mineral até a presença de microrganismos.
Parâmetros legais de potabilidade no Brasil
A legislação brasileira estabelece critérios rigorosos. A Portaria PRC Nº 5/2017 define os limites aceitáveis para consumo humano.
Contaminante | Limite Máximo | Riscos |
---|---|---|
Coliformes totais | Ausência em 100ml | Infecções intestinais |
Ferro | 0,3 mg/L | Sabor metálico |
Manganês | 0,1 mg/L | Problemas neurológicos |
Nitrato | 10 mg/L | Metahemoglobinemia |
Contaminações mais frequentes
Estudos da CETESB apontam que 70% das amostras analisadas apresentam excesso de ferro ou manganês. Esses minerais, em altas concentrações, alteram cor e sabor.
Outros problemas comuns incluem:
- Bactérias como E.coli
- Presença de nitrato por fertilizantes
- Cromo hexavalente em áreas industriais
Perigos para a saúde
Consumir esse recurso sem tratamento pode causar sérios danos. Crianças são especialmente vulneráveis ao nitrato, que reduz a capacidade do sangue transportar oxigênio.
Outros riscos incluem:
- Doenças gastrointestinais
- Problemas renais por metais pesados
- Dermatites por água dura
No Aquífero Bauru, por exemplo, já foram registrados casos de contaminação por agrotóxicos. Por isso, a análise periódica é essencial.
Como analisar a qualidade da sua água de poço
Garantir que o recurso que sua família consome esteja livre de contaminações exige atenção. A segurança começa com testes específicos e interpretação correta dos resultados.
Testes obrigatórios: microbiológicos e físico-químicos
Existem dois tipos principais de exames para avaliar a qualidade água. Os microbiológicos detectam bactérias como E.coli, enquanto os físico-químicos medem minerais e metais.
Confira os principais parâmetros analisados:
- pH (ideal entre 6,5 e 8,5)
- Turbidez (máximo 5 UT)
- Presença de coliformes
- Contaminação por nitratos
Frequência recomendada para análises
Especialistas sugerem realizar exames mensais para bactérias. Já a verificação de metais pesados pode ser feita a cada seis meses.
Em casos específicos, aumente a frequência:
- Após enchentes ou secas prolongadas
- Se houver mudança na cor ou sabor
- Quando ocorrem doenças na família
Onde fazer os testes e como interpretar os resultados
Busque laboratórios acreditados pelo INMETRO o custo médio varia entre R$ 200 e R$ 500, dependendo da complexidade.
Ao receber o laudo, compare os valores com os limites da Portaria 5/2017. Resultados acima do permitido exigem ação imediata. Um exemplo prático: pH abaixo de 6,5 pode corroer tubulações.
Evite erros comuns na coleta:
- Não usar frascos esterilizados
- Encostar na parte interna da tampa
- Demorar mais de 24h para enviar a amostra
Tratamento necessário para tornar a água potável
Transformar um recurso natural em algo seguro para consumo exige técnicas específicas. Cada etapa do processo garante que sua família tenha acesso a um líquido sem riscos à saúde.
Sistemas de filtração: tipos e eficácia
Existem diversas opções para remover impurezas. Filtros centrais são ideais para residências, enquanto estações compactas atendem demandas maiores.
Confira as principais tecnologias:
- Filtros de quartzo: Eliminam partículas em 7 camadas
- Sistema FUSATI: Reduz ferro e manganês eficientemente
- Membranas osmóticas: Retêm até 99% dos contaminantes
Cloração e outros métodos de desinfecção
O cloro ainda é o agente mais utilizado no Brasil. A dosagem correta (0,2-2,0 mg/L) garante segurança sem alterar o sabor.
Alternativas modernas incluem:
- Lâmpadas UV: Elimina bactérias sem químicos
- Ozônio: Mais eficaz, porém com custo elevado
- Biocidas automáticos: Precisão na aplicação
Ajuste de pH e remoção de minerais em excesso
Ácidos ou alcalinos em níveis errados causam problemas. O uso de calcário dolomítico corrige o equilíbrio naturalmente.
Técnica | Aplicação | Custo Médio |
---|---|---|
Neutralização com CO2 | pH abaixo de 6,5 | R$ 1.200 |
Filtro desferrizador | Excesso de ferro | R$ 2.500 |
Troca iônica | Redução de dureza | R$ 3.800 |
Manutenções periódicas são essenciais. Trocar membranas a cada 6 meses evita falhas no sistema.
Conclusão: garantindo água segura para sua família
Proteger quem você ama começa com segurança no consumo. Um recurso natural pode parecer limpo, mas testes periódicos são essenciais para evitar riscos à saúde.
Siga este checklist básico:
- Faça análises profissionais a cada 6 meses
- Limpe caixas de reservatório semestralmente
- Instale filtros adequados para sua região
Dados do Ministério da Saúde mostram que 30% das doenças em zonas rurais vêm de fontes contaminadas. Empresas como a FUSATI oferecem soluções personalizadas para sua casa.
Não arrisque. Qualidade exige cuidado contínuo. Agende hoje uma avaliação hidrológica e durma tranquilo sabendo que sua família está protegida.